Wednesday, May 28, 2008

balzaquiana

Uma delícia de encontrar. Falava tanto e com tanta propriedade que até eu acreditei, no começo, que aquilo era tudo verdade. Verdade, nada. Tem gente que precisa de uns tombos pra se mostrar inteiramente - e digo pra todos: ser autêntico é ser feliz. Vide a balzaquiana. Agora está contente e amando, talvez pela primeira vez. Um amor que me emocionou tanto que até acordou um cantinho romântico em mim e me encheu de lágrimas nos olhos. Nunca vi tanto amor em tão poucas palavras, e espero um dia poder sentir um amor assim como esse que jorra do peito dela e que tem vida própria. Ela está até mais bonita. Mais velha, como todo mundo, mas mais limpa, mais séria e mais madura. E depois de ouvir todas as suas teorias geracionais, espirituais e olhar os desenhos da filha prodígio, me dei conta que esse tempo que passou tão depressa nos fez bem.

Thursday, May 15, 2008

tempo de criar

- (...)além de que a virada do século dezenove proo século vinte foi marcada por invenções revolucionárias - tinha aí a eletricidade, o motor, que vai ser usado nos carros, tinha
- a roda, também...

gêmeos

-... e até hoje os americanos pensam que foram os irmãos Wright que inventaram o avião, embora Santos Dumont já seja reconhecido em alguns lugares.
- não era os irmãos Grimm?

Tuesday, May 06, 2008

poil de carotte

Não sei como nem por quê, mas ontem me lembrei do primeiro romance que li na vida. Foi "Foguinho", do Jules Renard, aos seis anos. Sentava no sofá em que batia sol, depois do almoço, na casa do meu avô e lia por horas, ou até a hora de ir pro colégio. Não entendia muito bem o que se passava, só achava divertido ficar ali, advinhando o significado de palavras novas e acompanhando as travessuras do menino, principalmente porque traçava um paralelo com um coleguinha que só pode ser explicado pela cor do cabelo. A edição tinha ilustrações sombrias, como a do capítulo "O Cofre", na qual aparecem Foguinho, careca, segurando o pulso de Matilde, nos fundos da casa dela, enquanto, da janela, a Sra. Lepic ralha com os dois. A casa aparenta ser suja, a grama está grande e o fato de Foguinho aparecer careca me dava arrepios. Hoje, procurando entre outras valiosas heranças da farta biblioteca do meu avô, encontrei o livro em condições lamentáveis, mas estou reformando-o e pretendo lê-lo novamente.