Friday, April 25, 2008

Então, fiz minha primeira matéria. Segue:

"A rua possível
A história da trabalhadora que está nas ruas

Os cabelos brancos já começam a surgir na cabeça e um filho pequeno ainda requer a atenção da mãe que, cansada, senta estrategicamente na saída do supermercado. “Eu sei que é errado estar na rua – eu quero parar”, diz Dona Maria, 34, sobre sua situação. Natural de Três Irmãos, a ex-operária viveu em Novo Hamburgo, onde trabalhava na indústria calçadista, até que, por conta da crise de 1995, veio com o marido para Porto Alegre, onde se estabeleceram no Morro Santana, na zona leste da cidade. Hoje, seu marido é papeleiro. Quando questionada sobre sua escolaridade, Maria diz que ”naquela época não tinha isso de ficar pedindo, eu não fui educada assim. Fiz até terceira série porque eu cuidava dos meus irmãos.” Com cinco filhos, ela logo se explica “já fiz ligadura, depois desse aqui”, apontando para Iarley (homenagem ao jogador do Internacional), de um ano. Por causa do filho, Dona Maria diz que não pode trabalhar: “Eu perdi o serviço porque a creche fazia inscrição em Novembro e quando eu fui já não tinha mais. Mas ano que vem ele entra.” Andressa, 5,segunda mais nova sonha em ser cantora. “Essa aí canta tudinho, sabe todas as músicas da novela” conta a mãe, orgulhosa."

Tuesday, April 15, 2008

pros universitários

Me avisaram tanto que eu achei que era brincadeira que a Ciências Sociais era cheia de (anti)partidarismos. Não há uma só reunião na qual pelo menos 50% + 1 consigam se entender, e aí nada acontece. Uns tem delírios de luta contra a ditadura (da coca-cola, do mc donalds, do orkut), e mencionam as grades de vidro a cada cinco linhas de discurso. Outros, ainda na linha "da luta", falam da constante submissão ao sistema (e de como a única maneira de haver paz é a destruição de todo poder). Ainda outros enchem o saco e começam a dizer gritos de guerra, baixinho ou em eventuais pausas (fora neoliberais! a universidade é nossa!). Vê bem, não to criticando nenhum grupo em especial - até porque, se estivesse, já teria sido linchada.
Saio das reuniões sempre frustrada e arrependida, e tenho certeza que não sou a única, nem uma em dez. Eu vejo que todos saem descontentes e ainda assim - e cansei de me perguntar por quê - tudo continua do mesmo jeito.
Acho que fui eu, mesmo, que enchi da política.